terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Macau sempre pauta na Federação das Câmaras de Comércio


Macau na pauta de nossas Câmaras de Comércio

Por Thiago de Menezes *




Como todos sabem, ao longo dos últimos anos, as relações entre a China e o Brasil vem registrando um desenvolvimento rápido. Macau é uma das regiões administrativas especiais da República Popular da China desde 20 de dezembro de 1999, sendo a outra Hong Kong. A História de Macau tem pelo menos 6000 anos. Ela é muito rica e diversificada porque Macau, desde a chegada dos portugueses no século XVI, foi sempre uma importante porta de acesso para a entrada da civilização ocidental na China, contatando com a civilização chinesa, e vice-versa. Este pequeno pedaço de terra proporcionou uma importante plataforma para a simbiose e o intercâmbio de culturas ocidentais e orientais.

Há sempre o desenvolvimento de esforços inaugurais para aproximar a Região Administrativa Especial de Macau com muitos Estados brasileiros, a fim de promover projetos culturais de largo alcance com a finalidade de divulgar a cultura macaense em nosso país e apresentar a cultura brasileira em Macau.




Mauro Pereira de Lima Câmara (foto em destaque), empresário da área de relações internacionais, escritor, comendador e Vice Presidente da FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO EXTERIOR (FCCE), a mais antiga associação de classe no Brasil dedicada exclusivamente às atividades do Comércio Exterior sendo fundada em 05 de abril de 1932, declara aos colegas de imprensa sobre a ideia da idealização de um “Monumento em prol da língua portuguesa”, que deverá ser criado pela escultora Melinda Garcia, autora de famosa obra no Complexo Viário Ayrton Senna. A entidade é presidida pelo empresário Paulo Fernando Marcondes Ferraz, tem vasta experiência em comércio exterior. Ele presidiu e foi sócio de grandes empresas do setor e também atuou como consultor e representante de diversas companhias internacionais no Brasil.
Seria, segundo seus incentivadores, palco para realização de manifestações ligadas à vivência intercultural luso-chinesa a fim de fixar um marco que deverá promover a oficialização da difusão e valorização da língua e cultura portuguesas naquela área geográfica. Um dos grandes incentivadores das relações culturais e comerciais Brasil Macau é o Prof. Severino Cabral, atual diretor, entre outros, do Instituto de Estudos da China e Ásia Pacífico (IBECAP), da Universidade Cândido Mendes. É de esperar que alguns outros artistas brasileiros também possam marcar idêntica presença em Macau nessas iniciativas. Intercâmbios como este merecem, obviamente, o apoio das autoridades e de instituições da sociedade civil.

“Excelente!”, como costuma dizer, como um mantra para boas energias, Mauro, que sempre está rodeado de personagens que fazem parte de sua história, como colegas de trabalho e empresários, atuou, também, além de prestar serviços a vários consulados, como Conselheiro de Turismo – Confederação Nacional do Comércio / CT e foi Ex-Presidente da Liga da Defesa Nacional e do Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes.

Atualmente, a língua de Portugal sobrevive em meio à crescente influência da China, que recebeu o território de volta do governo português em dezembro de 1999. Porém é sabido que Portugal sempre desprezou Macau e que, apesar dos mais de 450 anos de colonização, o país nunca se esforçou pela preservação do português, que há tempos corre o risco de desaparecer na antiga colônia.

Por incrível que pareça, sabemos que Portugal teve uma oportunidade sem igual de fortalecer o português aqui no processo de devolução. Foi em 1993, quando a China aprovou a Lei Básica de Macau, que é hoje a Constituição de Macau. Nesse momento, o governo chinês e não o português declara que a língua portuguesa também é a língua oficial de Macau. O governo português de Macau deveria ter tido a preocupação de seguir essa orientação da Lei Básica e impor nas escolas portuguesas o português como a língua oficial, bem como o ensino obrigatório do chinês nas escolas oficiais portuguesas.

Lembramos que o Cônsul-geral do Brasil em Hong Kong e Macau é José Antônio de Castello Branco de Macedo Soares, um nome imponente, que deixa antever linhagem de sangue azul: - “Marquês de Belas e conde de Pombeiro. São títulos de Portugal, país de que gosta muito e visita quando pode. O diplomata nasceu em Buenos Aires, a 18 de Novembro de 1946, filho e neto de diplomatas. Foi a profissão que escolheu, com postos em Washington, Cidade do Panamá, Viena e Londres. A maior parte da carreira, porém, foi passada no Brasil, no Ministério das Relações Exteriores, onde trabalhou em diversas áreas. Em Fevereiro de 2013, foi nomeado Cônsul-Geral do Brasil em Hong Kong e Macau.

Em Macau, o português é língua oficial. Mas, no entanto, a sede do Consulado Geral do Brasil em Hong Kong e Macau está na primeira cidade. Por que há poucos consulados permanentes em Macau. Além do atendimento aos brasileiros, temos um papel de promoção comercial, de divulgação cultural, etc. E como o consulado está em Hong Kong desde 1953, não faz sentido mudar. E a relação entre Brasil e China é muito antiga. Tivemos emigrantes chineses no Brasil em 1811, para plantar chá, e cônsul brasileiro em Macau em 1850. Mas nos últimos 15 anos mudou tudo. A China passou a ser o nosso principal parceiro comercial e, de repente, tornou-se outro país.


Interessante ressaltar, ainda, que há a atuação do Instituto Internacional de Macau (IIM), entidade que está ligada à cidade do Recife praticamente desde a sua criação, em 1999, situando-se a Universidade Federal de Pernambuco e a Fundação Joaquim Nabuco entre os primeiros organismos com os quais firmou protocolos de cooperação, os quais tornaram possíveis projetos muito úteis como o levantamento das referências bibliográficas sobre as relações sino-brasileiras do século XIX até ao início do século XXI, existentes nos principais acervos bibliográficos do Brasil. A Casa de Macau do Rio de Janeiro também tem importante atuação. Afinal, sabemos que com a emigração dos Macaenses que optaram o Brasil, foram chegando a partir de 1960 até 1980, pequenos grupos isolados de naturais de Macau e de Xangai e a grande maioria optou por São Paulo que à época oferecia empregos com maior facilidade, entretanto, um reduzido grupo escolheu Rio de Janeiro para fixar raízes. Em São Paulo existe a Casa de Macau, que é uma conhecida organização sem fins lucrativos, dedicada à conservação e promoção da cultura dos macaenses e da história de Macau.



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