sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

As aguas virtuosas de Lambari MG




Vale a pena conhecer Lambari que é uma estância hidromineral que faz parte do famoso Circuito das Águas de Minas Gerais. No caminho para Lambari sugiro que os turistas façam uma pequena parada para apreciar um cafezinho em Carmo de Minas, terra das fazendas de café. Nem precisa dizer que o café é delicioso né! A cidade é bastante procurada pelas suas destacadas belezas naturais, clima e principalmente pela água mineral, eleita no passado como a 3ª melhor do mundo e capaz de curar doenças. Há, originalmente, sete fontes dentre as quais a Nº 1 e Nº 2 compõem a maior fonte de água mineral naturalmente gasosa do mundo, sendo que o destaque alimentício de Lambari é o requeijão Catupiry, criado pelo imigrante italiano Mário Silvestrini e sua esposa Isaíra, em 1911.




Suas águas virtuosas minerais foram descobertas em 1780 pelo fazendeiro Antônio de Araújo Dantas quando, aos pés da serra que separa a estância de sua vizinha Campanha da Princeza (atual Campanha, onde minha conterrânea Odette Coppos restaurou o Museu de arte Sacra Dom Inocêncio), encontrou nascentes em terrenos que havia comprado. A cidade foi planejada na virada do século pelo político e escritor fluminense Américo Werneck (1855-1927), então recém-exonerado do cargo de prefeito de Belo Horizonte. De nobre estirpe e sonhador ele queria ali, sediar o governo de um novo estado que pretendia fundar no sul das Minas Gerais que, segundo diziam, abrangeria diversas estâncias, desde Caxambu até Poços de Caldas.



Logo na estrada, já avistamos o suntuoso Palácio do Cassino do Lago. Mas, ao chegar mais perto, uma decepção: O que encontrei em minha primeira ida para lá foi um prédio histórico de 100 anos totalmente depredado e sem manutenção. Segundo informações de um guia local, o cassino estava há muitos anos sem manutenção e atualmente encontra-se interditado, pois o teto está caindo. O cassino estava sediando o IPHAN, um órgão do Ministério da Cultura que tem a missão de preservar o patrimônio cultural brasileiro. Mas vale a visita e logo à noite, a Fonte Luminosa, localizada junto à Praça Conselheiro João Lisboa, bem em frente ao Parque das águas, reflete a beleza de todo aquele local. As cores e as formas dos esguichos d’água proporcionam um belo espetáculo todas as noites. E quando o dia amanhece uma beleza: É na cidade onde se encontra o maior exemplar conhecido de Bougainvillea (ou Primavera) do mundo; estando á beira do lago Guanabara; de tão grande virou árvore frondosa de 18 metros de altura.




Na região central da Estância iremos encontrar o Largo da Fonte (construído em 1830), a Praça dos Poços (concebida em 1860) e o Parque das Águas, criado a partir de 1880, possui um belo jardim, lugar ideal para um ótimo descanso, leitura e bate-papo. Oferece ainda as exclusivas piscinas de água mineral, aberta aos turistas e moradores. As seis fontes são a maior riqueza do parque, com suas águas de variados sabores e indicações terapêuticas: Gasosa (Excelente para os rins, vesícula e para os tratamentos de pele. Aplicada também por via muscular nos casos de eczemas e úlceras); Alcalina (Beneficia o estômago e intestino. A presença de gás carbônico estimula a produção de suco gástrico, o que aumenta o apetite); Magnesiana (Usada no tratamento do fígado. Suas águas fluidificam a bílis alcalinizando-a, atuando nas congestões hepáticas e nas cirroses); Ligeiramente Gasosa (Indicada para as crianças); Ferruginosa (Ligeiramente gaseificada. Ação hipotensiva e vasodilatadora) e Picante (Cheiro pouco pronunciado de ácido sulfídrico. Pelo repouso apresenta depósito avermelhado (hidrato de ferro). De ação diurética é indicada nos casos de intoxicações endógena e exógena). Já as Piscinas de água mineral funcionam de quarta à segunda, das 9 às 17 h. Nos feriados abrem às terças-feiras.



Há o Parque Wenceslau Braz, cujo nome evoca um grande mineiro que foi Presidente da República, que se trata de um bosque repleto de eucaliptos, magnólias e pinheiros. Entre suas opções de lazer estão um pequeno lago com aves aquáticas, dois pontos de aluguel de bicicletas, caramanchões, piscinas com ‘toboágua’, quadras de peteca e vôlei, bares e lanchonetes. Destacam-se ainda o Farol do Lago e as famosas duchas.




Para passear temos, ainda, o Parque Estadual de Nova Baden que é uma reserva ecológica situada no bairro rural de Nova Baden. Abriga a sede do Instituto Estadual de Florestas – IEF em Lambari. No local encontra-se a cachoeira Sete Quedas, em meio a uma rica flora, além da presença de espécies raras da fauna como o Macaco Bugio (ameaçado de extinção), jaguatiricas, o lobo guará e muitos pássaros.

Como opção de hospedagem indico o tradicional Parque Hotel (E-mail: atendimento@parquehotellambari.com.br Fone: + 55 (35) 3271-2000), localizado no centro da cidade, em frente ao famoso Parque das Águas. Enfim, embora pouco divulgada atualmente, vale um passeio, um final de semana ou uma pequena temporada em Lambari, hospitaleira terra que evoca a figura inesquecível de meu confrade prof. João Carrozzo, que como eu, também escreveu interessante livro sobre aquela Estância, sendo ainda, agraciado com o honroso Título de “Cidadão de Lambari”.



(Obs: Fotos - Divulgação)



Link Matéria LAMBARI no Portal da AIERJ  - Jornalista de Turismo Thiago de Menezes: http://aierj.org/site/as-aguas-virtuosas-de-lambari-2/



Thiago de Menezes é jornalista especializado em Turismo e credenciado pela EMBRATUR. Membro da AIERJ – Associação de Imprensa do Estado do Rio de Janeiro e ACONBRAS – Associação dos Cônsules no Brasil. Membro da ‘Academia de Letras do Triângulo Mineiro’. Contato: menezes.turismo@gmail.com