Vale a pena conhecer Lambari que
é uma estância hidromineral que faz parte do famoso Circuito das Águas de Minas
Gerais. No caminho para Lambari sugiro que os turistas façam uma pequena parada
para apreciar um cafezinho em Carmo de Minas, terra das fazendas de café. Nem
precisa dizer que o café é delicioso né! A cidade é bastante procurada pelas
suas destacadas belezas naturais, clima e principalmente pela água mineral,
eleita no passado como a 3ª melhor do mundo e capaz de curar doenças. Há,
originalmente, sete fontes dentre as quais a Nº 1 e Nº 2 compõem a maior fonte
de água mineral naturalmente gasosa do mundo, sendo que o destaque alimentício
de Lambari é o requeijão Catupiry, criado pelo imigrante italiano Mário
Silvestrini e sua esposa Isaíra, em 1911.
Suas águas virtuosas minerais
foram descobertas em 1780 pelo fazendeiro Antônio de Araújo Dantas quando, aos
pés da serra que separa a estância de sua vizinha Campanha da Princeza (atual Campanha, onde minha conterrânea Odette
Coppos restaurou o Museu de arte Sacra Dom Inocêncio), encontrou nascentes em
terrenos que havia comprado. A cidade foi planejada na virada do século pelo
político e escritor fluminense Américo Werneck (1855-1927), então recém-exonerado
do cargo de prefeito de Belo Horizonte. De nobre estirpe e sonhador ele queria
ali, sediar o governo de um novo estado que pretendia fundar no sul das Minas
Gerais que, segundo diziam, abrangeria diversas estâncias, desde Caxambu até Poços
de Caldas.
Logo na estrada, já avistamos o
suntuoso Palácio do Cassino do Lago. Mas, ao chegar mais perto, uma decepção: O
que encontrei em minha primeira ida para lá foi um prédio histórico de 100 anos
totalmente depredado e sem manutenção. Segundo informações de um guia local, o
cassino estava há muitos anos sem manutenção e atualmente encontra-se
interditado, pois o teto está caindo. O cassino estava sediando o IPHAN, um
órgão do Ministério da Cultura que tem a missão de preservar o patrimônio
cultural brasileiro. Mas vale a visita e logo à noite, a Fonte Luminosa,
localizada junto à Praça Conselheiro João Lisboa, bem em frente ao Parque das
águas, reflete a beleza de todo aquele local. As cores e as formas dos
esguichos d’água proporcionam um belo espetáculo todas as noites. E quando o
dia amanhece uma beleza: É na cidade onde se encontra o maior exemplar
conhecido de Bougainvillea (ou Primavera) do mundo; estando á beira do lago
Guanabara; de tão grande virou árvore frondosa de 18 metros de altura.
Na região central da Estância
iremos encontrar o Largo da Fonte (construído em 1830), a Praça dos Poços
(concebida em 1860) e o Parque das Águas, criado a partir de 1880, possui um
belo jardim, lugar ideal para um ótimo descanso, leitura e bate-papo. Oferece
ainda as exclusivas piscinas de água mineral, aberta aos turistas e moradores.
As seis fontes são a maior riqueza do parque, com suas águas de variados
sabores e indicações terapêuticas: Gasosa (Excelente para os rins, vesícula e
para os tratamentos de pele. Aplicada também por via muscular nos casos de
eczemas e úlceras); Alcalina (Beneficia o estômago e intestino. A presença de
gás carbônico estimula a produção de suco gástrico, o que aumenta o apetite);
Magnesiana (Usada no tratamento do fígado. Suas águas fluidificam a bílis
alcalinizando-a, atuando nas congestões hepáticas e nas cirroses); Ligeiramente
Gasosa (Indicada para as crianças); Ferruginosa (Ligeiramente gaseificada. Ação
hipotensiva e vasodilatadora) e Picante (Cheiro pouco pronunciado de ácido
sulfídrico. Pelo repouso apresenta depósito avermelhado (hidrato de ferro). De
ação diurética é indicada nos casos de intoxicações endógena e exógena). Já as
Piscinas de água mineral funcionam de quarta à segunda, das 9 às 17 h. Nos
feriados abrem às terças-feiras.
Há o Parque Wenceslau Braz, cujo
nome evoca um grande mineiro que foi Presidente da República, que se trata de
um bosque repleto de eucaliptos, magnólias e pinheiros. Entre suas opções de
lazer estão um pequeno lago com aves aquáticas, dois pontos de aluguel de
bicicletas, caramanchões, piscinas com ‘toboágua’, quadras de peteca e vôlei,
bares e lanchonetes. Destacam-se ainda o Farol do Lago e as famosas duchas.
Para passear temos, ainda, o
Parque Estadual de Nova Baden que é uma reserva ecológica situada no bairro
rural de Nova Baden. Abriga a sede do Instituto Estadual de Florestas – IEF em
Lambari. No local encontra-se a cachoeira Sete Quedas, em meio a uma rica
flora, além da presença de espécies raras da fauna como o Macaco Bugio
(ameaçado de extinção), jaguatiricas, o lobo guará e muitos pássaros.
Como opção de hospedagem indico o
tradicional Parque Hotel (E-mail: atendimento@parquehotellambari.com.br Fone: +
55 (35) 3271-2000), localizado no centro da cidade, em frente ao famoso Parque
das Águas. Enfim, embora pouco divulgada atualmente, vale um passeio, um final
de semana ou uma pequena temporada em Lambari, hospitaleira terra que evoca a
figura inesquecível de meu confrade prof. João Carrozzo, que como eu, também
escreveu interessante livro sobre aquela Estância, sendo ainda, agraciado com o
honroso Título de “Cidadão de Lambari”.
(Obs: Fotos - Divulgação)
Link PARQUE HOTEL http://www.parquehotellambari.com.br/
Link Matéria LAMBARI no Portal da AIERJ - Jornalista de Turismo Thiago de Menezes: http://aierj.org/site/as-aguas-virtuosas-de-lambari-2/
Thiago de Menezes é jornalista especializado em Turismo e credenciado
pela EMBRATUR. Membro da AIERJ – Associação de Imprensa do Estado do Rio de
Janeiro e ACONBRAS – Associação dos Cônsules no Brasil. Membro da ‘Academia de
Letras do Triângulo Mineiro’. Contato: menezes.turismo@gmail.com
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