Macau na pauta de
nossas Câmaras de Comércio
Por Thiago de Menezes *
Como todos sabem, ao longo dos últimos anos, as relações
entre a China e o Brasil vem registrando um desenvolvimento rápido. Macau é uma
das regiões administrativas especiais da República Popular da China desde 20 de
dezembro de 1999, sendo a outra Hong Kong. A História de Macau tem pelo menos
6000 anos. Ela é muito rica e diversificada porque Macau, desde a chegada dos
portugueses no século XVI, foi sempre uma importante porta de acesso para a
entrada da civilização ocidental na China, contatando com a civilização
chinesa, e vice-versa. Este pequeno pedaço de terra proporcionou uma importante
plataforma para a simbiose e o intercâmbio de culturas ocidentais e orientais.
Há sempre o desenvolvimento de esforços inaugurais para
aproximar a Região Administrativa Especial de Macau com muitos Estados brasileiros,
a fim de promover projetos culturais de largo alcance com a finalidade de
divulgar a cultura macaense em nosso país e apresentar a cultura brasileira em
Macau.
Mauro Pereira de Lima Câmara (foto em destaque), empresário
da área de relações internacionais, escritor, comendador e Vice Presidente da
FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO EXTERIOR (FCCE), a mais antiga associação de
classe no Brasil dedicada exclusivamente às atividades do Comércio Exterior
sendo fundada em 05 de abril de 1932, declara aos colegas de imprensa sobre a ideia
da idealização de um “Monumento em prol da língua portuguesa”, que deverá ser
criado pela escultora Melinda Garcia, autora de famosa obra no Complexo Viário
Ayrton Senna. A entidade é presidida pelo empresário Paulo Fernando Marcondes
Ferraz, tem vasta experiência em comércio exterior. Ele presidiu e foi sócio de
grandes empresas do setor e também atuou como consultor e representante de
diversas companhias internacionais no Brasil.
Seria, segundo seus incentivadores, palco para realização de
manifestações ligadas à vivência intercultural luso-chinesa a fim de fixar um
marco que deverá promover a oficialização da difusão e valorização da língua e
cultura portuguesas naquela área geográfica. Um dos grandes incentivadores das
relações culturais e comerciais Brasil Macau é o Prof. Severino Cabral, atual diretor,
entre outros, do Instituto de Estudos da China e Ásia Pacífico (IBECAP), da
Universidade Cândido Mendes. É de esperar que alguns outros artistas
brasileiros também possam marcar idêntica presença em Macau nessas iniciativas.
Intercâmbios como este merecem, obviamente, o apoio das autoridades e de
instituições da sociedade civil.
“Excelente!”, como costuma dizer, como um mantra para boas
energias, Mauro, que sempre está rodeado de personagens que fazem parte de sua
história, como colegas de trabalho e empresários, atuou, também, além de
prestar serviços a vários consulados, como Conselheiro de Turismo – Confederação
Nacional do Comércio / CT e foi Ex-Presidente da Liga da Defesa Nacional e do
Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes.
Atualmente, a língua de Portugal sobrevive em meio à
crescente influência da China, que recebeu o território de volta do governo
português em dezembro de 1999. Porém é sabido que Portugal sempre desprezou
Macau e que, apesar dos mais de 450 anos de colonização, o país nunca se
esforçou pela preservação do português, que há tempos corre o risco de
desaparecer na antiga colônia.
Por incrível que pareça, sabemos que Portugal teve uma
oportunidade sem igual de fortalecer o português aqui no processo de devolução.
Foi em 1993, quando a China aprovou a Lei Básica de Macau, que é hoje a
Constituição de Macau. Nesse momento, o governo chinês e não o português
declara que a língua portuguesa também é a língua oficial de Macau. O governo
português de Macau deveria ter tido a preocupação de seguir essa orientação da
Lei Básica e impor nas escolas portuguesas o português como a língua oficial,
bem como o ensino obrigatório do chinês nas escolas oficiais portuguesas.
Lembramos que o Cônsul-geral do Brasil em Hong Kong e Macau é
José Antônio de Castello Branco de Macedo Soares, um nome imponente, que deixa
antever linhagem de sangue azul: - “Marquês de Belas e conde de Pombeiro. São
títulos de Portugal, país de que gosta muito e visita quando pode. O diplomata
nasceu em Buenos Aires, a 18 de Novembro de 1946, filho e neto de diplomatas. Foi
a profissão que escolheu, com postos em Washington, Cidade do Panamá, Viena e
Londres. A maior parte da carreira, porém, foi passada no Brasil, no Ministério
das Relações Exteriores, onde trabalhou em diversas áreas. Em Fevereiro de
2013, foi nomeado Cônsul-Geral do Brasil em Hong Kong e Macau.
Em Macau, o português é língua oficial. Mas, no entanto, a
sede do Consulado Geral do Brasil em Hong Kong e Macau está na primeira cidade.
Por que há poucos consulados permanentes em Macau. Além do atendimento aos brasileiros,
temos um papel de promoção comercial, de divulgação cultural, etc. E como o
consulado está em Hong Kong desde 1953, não faz sentido mudar. E a relação
entre Brasil e China é muito antiga. Tivemos emigrantes chineses no Brasil em
1811, para plantar chá, e cônsul brasileiro em Macau em 1850. Mas nos últimos
15 anos mudou tudo. A China passou a ser o nosso principal parceiro comercial
e, de repente, tornou-se outro país.
Interessante ressaltar, ainda, que há a atuação do Instituto
Internacional de Macau (IIM), entidade que está ligada à cidade do Recife praticamente
desde a sua criação, em 1999, situando-se a Universidade Federal de Pernambuco
e a Fundação Joaquim Nabuco entre os primeiros organismos com os quais firmou
protocolos de cooperação, os quais tornaram possíveis projetos muito úteis como
o levantamento das referências bibliográficas sobre as relações
sino-brasileiras do século XIX até ao início do século XXI, existentes nos
principais acervos bibliográficos do Brasil. A Casa de Macau do Rio de Janeiro
também tem importante atuação. Afinal, sabemos que com a emigração dos
Macaenses que optaram o Brasil, foram chegando a partir de 1960 até 1980,
pequenos grupos isolados de naturais de Macau e de Xangai e a grande maioria
optou por São Paulo que à época oferecia empregos com maior facilidade,
entretanto, um reduzido grupo escolheu Rio de Janeiro para fixar raízes. Em São
Paulo existe a Casa de Macau, que é uma conhecida organização sem fins
lucrativos, dedicada à conservação e promoção da cultura dos macaenses e da
história de Macau.
Nenhum comentário:
Postar um comentário