sexta-feira, 4 de novembro de 2016


O fascinante Irã

Um país onde a herança dos antigos persas convive com a dinamicidade de cidades como Teerã




Um destino ainda pouco explorado pelos turistas ocidentais, o Irã reserva belas paisagens e lugares históricos. E há muitos motivos para conhecer o país, que é o lar de uma das civilizações mais antigas do mundo, que começa com a formação do reino de Elam em 2800 a.C. A história escrita da Pérsia começa em cerca de 3200 a.C. com a cultura proto-elamita e com a posterior chegada dos arianos e a formação dos sucessivos Impérios Medo e Aquemênida. O maior império do mundo antigo, a invasão árabe, os tapetes, a suntuosidade da dinastia Pahlavi (mais conhecido como os Xás) e a revolução islâmica. Tudo isso é o fascinante Irã.



Sendo um país geograficamente diverso, mas principalmente montanhoso, o Irã sempre teve uma importância geopolítica significativa devido à sua localização, no cruzamento entre o Sul, o Centro e o Ocidente da Ásia. O Irão ou Irã, oficialmente República Islâmica do Irão/Irã e anteriormente conhecido como Pérsia, está localizado na Ásia Ocidental, é a segunda maior nação do Oriente Médio, a 18ª maior do mundo e o segundo maior produtor de petróleo da região. O país possui oito sítios classificados pela UNESCO como Património Mundial: Meidan Emam - praça de Abas I em Isfahan; Persépolis - antiga capital do Império persa, fundada por Dário I em 518 a.C.; Tchogha Zanbil - capital religiosa do reino elamita fundada em 1250 a.C. e que é hoje um sítio arqueológico; Bam e a sua paisagem cultural - cidade do período aqueménida fundada entre o século VI e o século IV a.C. (os seus monumentos foram danificados devido ao terramoto de 2003); Pasárgada - capital do Império Aqueménida cujo nome significa "Campo dos Persas" e foi a capital do Império Persa, um dos maiores que o mundo já viu (Manuel Bandeira se inspirou na antiga capital para criar a utópica cidade que até hoje permeia a imaginação de muitos brasileiros); Takht-e Soleyman - sítio arqueológico onde se encontram ruínas arqueológicas, como um templo sassânida dedicado à deusa Anahita; Soltaniyeh e Bisotun. À medida que se visitam cidades como Esfahan ou Tabriz, nos Montes Zagros, ou os desertos de Kerman, um Irã desconhecido vai se revelando.



Na verdade, o Irã tem de tudo: montanhas, cavernas, matas, mar e deserto. Teerã é a sua capital e da província homônima assim como sua maior cidade, servindo como o centro cultural, financeiro e industrial da nação. No inverno é possível esquiar nos arredores de Teerã e durante todo o ano você pode fazer trekking nas montanhas, acampar perto de uma cachoeira ou nadar nas praias do sul do país, litoral do golfo Pérsico. Na ilha Kish por exemplo não existe restrições do governo e não é preciso solicitar visto.





O Irã é uma potência média e regional e exerce uma grande influência na segurança energética internacional e na economia mundial através das suas grandes reservas de combustíveis fósseis, que incluem a maior oferta de gás natural no mundo e a quarta maior reserva comprovada de petróleo. Diferente do que muita gente imagina, o Irã é um dos lugares mais seguros para viajar, muito mais até do que a maioria dos países europeus. Furtos e outros crimes são raros e famílias aproveitam para se reunir em parques da cidade até altas horas da madrugada. Não podemos acreditar em tudo que lemos na mídia. Temos que saber diferenciar os países do Oriente Médio. Por lá, há surpresas que irão contradizer a imagem assustadora que o Irã tem ao redor do globo (não confundir a República Islâmica com o Estado Islâmico. Os dois são inimigos).




Desde 2012 é Embaixador da República Islâmica do Irã no Brasil o sr. Mohammad Ali Ghanezadeh Ezabadi (foto acima) e a Embaixada  da  República  Islâmica  do  Irã está localizada em Brasília, na Av. das Nações, Qd. 809, Lote 31. Há ainda, no Brasil, outras entidades que representam o Irã com suas tradições e culturas histórias. Presidida por Romana Dovganyuk (foto abaixo), a Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Irã, fundada em 15 de setembro de 2003, a entidade sediada no Rio de Janeiro atua como um agente de incentivo à cooperação entre as autoridades competentes e associações empresariais dos dois países. Seus objetivos são os de prestar assistência a seus sócios nos assuntos pertinentes ao relacionamento comercial, industrial, técnico e financeiro entre Brasil e Irã, fornecendo informações que facilitem a conclusão dos negócios entre os dois países.




As principais atividades da Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Irã (afiliada com a Associação Comercial do Rio de Janeiro – ACRJ, a mais antiga entidade de representação civil do país cumprindo o papel de ser o melhor lugar do Rio de Janeiro para fazer negócios e com a Federação das Câmaras de Comércio Exterior – FCCE, a mais antiga associação de classe no Brasil dedicada exclusivamente às atividades do comércio exterior), incluem congregar pessoas físicas ou jurídicas interessadas no intercâmbio industrial e comercial, sugerindo e propondo as medidas necessárias para a melhor solução e atendimento aos interesses de ambos os países. 


A presidente e diretores da Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Irã, em festividade na Casa do Irã, entre outras autoridades, como o acadêmico e comendador Mauro Pereira de Lima Câmara e o advogado Maurílio Patrício.


Somado a isso, a entidade preza por promover o entendimento e a cooperação entre o Brasil e o Irã, para favorecer a indústria e o comércio em termos tecnológicos, científicos, econômicos e culturais, visando estreitar e desenvolver os laços com a república islâmica.




Viajar para o Irã é conhecer a fundo um país que possui um povo fascinante, que conserva antigas e sofisticadas tradições. Então, vale a pena conhecer o Irã e desfrutar do convívio de sua gente, respirando sua bela cultura. Afinal, o turista nunca vai ver nada parecido com a hospitalidade persa. Os convites para dormir nas casas das pessoas, almoçar, viajar, fazer piquenique ou qualquer outra coisa virão de todos os lados, o tempo inteiro. Os iranianos não te deixarão pagar pela sua passagem de ônibus, pelo táxi, pela comida ou pela entrada de uma atração. E não adianta discutir, porque faz parte da cultura. Os visitantes no Irã são quase sagrados. E apesar das rusgas com os americanos, o território iraniano está hoje cheio de pessoas estudando inglês e ávidas por receber o visitante com uma hospitalidade inigualável.



Ah, existe uma grande curiosidade envolvendo Irã e Brasil, mais precisamente com Abadan, que é uma cidade ao sul do país, na fronteira com o Iraque, que acredita pertencer ao Brasil. Tudo começou na década de 1970, antes da Revolução Islâmica. O técnico do time de futebol de Abadan gostou tanto da performance da nossa seleção na Copa do Mundo que resolveu adotar o uniforme e as estratégias de jogo brasileiras. A população incorporou a ideia e dizem pertencer ao Brasil.
Polêmico e intrigante o Irã ainda desperta em muitos a imagem da guerra ou do terror. Muito, mas muito longe disso é um lugar de muita poesia, de extrema receptividade do seu povo e de uma história de riqueza e poder que atravessou milênios e ainda hoje se mantém viva. Então, fica um convite para os leitores e turistas conhecerem um pouco mais sobre o Irã, um local onde se vai, em poucas horas, das ruínas de 2.500 anos de Persépolis às mais lindas mesquitas do planeta, passando pela história de impérios que marcaram a história da Ásia e do mundo.


FOTOS: DIVULGAÇÃO / REPRODUÇÃO


·         Thiago de Menezes é jornalista consular e escritor especializado em Turismo e credenciado pela EMBRATUR; Membro da AIERJ – Associação de Imprensa do Estado do Rio de Janeiro e da Academia Carioca de Letras (correspondente). Adido de Imprensa da ACONBRAS – Associação dos Cônsules Honorários no Brasil.  Medalha Hipólito da Costa, Patrono da Imprensa Brasileira, da Ordem dos Jornalistas do Brasil, outorgada pelo Presidente José Fernando Salgado.

Contato: menezes.turismo@gmail.com


segunda-feira, 10 de outubro de 2016


Conhecendo Lambari

Uma hospitaleira estância hidromineral que faz parte do famoso ‘Circuito das Águas de Minas Gerais’




Vale a pena conhecer Lambari que é uma estância hidromineral que faz parte do famoso Circuito das Águas de Minas Gerais. No caminho para Lambari sugiro que os turistas façam uma pequena parada para apreciar um cafezinho em Carmo de Minas, terra das fazendas de café. Nem precisa dizer que o café é delicioso né! A cidade é bastante procurada pelas suas destacadas belezas naturais, clima e principalmente pela água mineral, eleita no passado como a 3ª melhor do mundo e capaz de curar doenças. Há, originalmente, sete fontes dentre as quais a Nº 1 e Nº 2 compõem a maior fonte de água mineral naturalmente gasosa do mundo, sendo que o destaque alimentício de Lambari é o requeijão Catupiry, criado pelo imigrante italiano Mário Silvestrini e sua esposa Isaíra, em 1911.




Suas águas virtuosas minerais foram descobertas em 1780 pelo fazendeiro Antônio de Araújo Dantas quando, aos pés da serra que separa a estância de sua vizinha Campanha da Princeza (atual Campanha, onde a famosa escritora e museóloga Odette Coppos, de Itapira – SP, restaurou o Museu de arte Sacra Dom Inocêncio), encontrou nascentes em terrenos que havia comprado. A cidade foi planejada na virada do século pelo político e escritor fluminense Américo Werneck (1855-1927), então recém-exonerado do cargo de prefeito de Belo Horizonte. De nobre estirpe e sonhador ele queria ali, sediar o governo de um novo estado que pretendia fundar no sul das Minas Gerais que, segundo diziam, abrangeria diversas estâncias, desde Caxambu até Poços de Caldas.



Logo na estrada, já avistamos o suntuoso Palácio do Cassino do Lago. Mas, ao chegar mais perto, uma decepção: O que encontrei em minha primeira ida para lá foi um prédio histórico de 100 anos totalmente depredado e sem manutenção. Segundo informações de um guia local, o cassino estava há muitos anos sem manutenção e atualmente encontra-se interditado, pois o teto está caindo. O cassino estava sediando o IPHAN, um órgão do Ministério da Cultura que tem a missão de preservar o patrimônio cultural brasileiro. Mas vale a visita e logo à noite, a Fonte Luminosa, localizada junto à Praça Conselheiro João Lisboa, bem em frente ao Parque das águas, reflete a beleza de todo aquele local. As cores e as formas dos esguichos d’água proporcionam um belo espetáculo todas as noites. E quando o dia amanhece, uma beleza: É na cidade onde se encontra o maior exemplar conhecido de Bougainvillea (ou Primavera) do mundo; estando á beira do lago Guanabara; de tão grande virou árvore frondosa de 18 metros de altura.




Na região central da Estância iremos encontrar o Largo da Fonte (construído em 1830), a Praça dos Poços (concebida em 1860) e o Parque das Águas, criado a partir de 1880, possui um belo jardim, lugar ideal para um ótimo descanso, leitura e bate-papo. Oferece ainda as exclusivas piscinas de água mineral, aberta aos turistas e moradores. As seis fontes são a maior riqueza do parque, com suas águas de variados sabores e indicações terapêuticas: Gasosa (Excelente para os rins, vesícula e para os tratamentos de pele. Aplicada também por via muscular nos casos de eczemas e úlceras); Alcalina (Beneficia o estômago e intestino. A presença de gás carbônico estimula a produção de suco gástrico, o que aumenta o apetite); Magnesiana (Usada no tratamento do fígado. Suas águas fluidificam a bílis alcalinizando-a, atuando nas congestões hepáticas e nas cirroses); Ligeiramente Gasosa (Indicada para as crianças); Ferruginosa (Ligeiramente gaseificada. Ação hipotensiva e vasodilatadora) e Picante (Cheiro pouco pronunciado de ácido sulfídrico. Pelo repouso apresenta depósito avermelhado (hidrato de ferro). De ação diurética é indicada nos casos de intoxicações endógena e exógena). Já as Piscinas de água mineral funcionam de quarta à segunda, das 9 às 17 h. Nos feriados abrem às terças-feiras.



Há o Parque Wenceslau Braz, cujo nome evoca um grande mineiro que foi Presidente da República, que se trata de um bosque repleto de eucaliptos, magnólias e pinheiros. Entre suas opções de lazer estão um pequeno lago com aves aquáticas, dois pontos de aluguel de bicicletas, caramanchões, piscinas com ‘toboágua’, quadras de peteca e vôlei, bares e lanchonetes. Destacam-se ainda o Farol do Lago e as famosas duchas.



Para passear temos, ainda, o Parque Estadual de Nova Baden que é uma reserva ecológica situada no bairro rural de Nova Baden. Abriga a sede do Instituto Estadual de Florestas – IEF em Lambari. No local encontra-se a cachoeira Sete Quedas, em meio a uma rica flora, além da presença de espécies raras da fauna como o Macaco Bugio (ameaçado de extinção), jaguatiricas, o lobo guará e muitos pássaros.



Como opção de hospedagem indico o tradicional Parque Hotel localizado no centro da cidade, em frente ao famoso Parque das Águas. Enfim, embora pouco divulgada atualmente, vale um passeio, um final de semana ou uma pequena temporada em Lambari, hospitaleira terra que evoca a figura inesquecível de meu confrade de Academias de Letras e Instituições literárias, o saudoso prof. João Carrozzo, que como eu, também escreveu interessante livro sobre aquela Estância, sendo ainda, agraciado com o honroso Título de “Cidadão de Lambari”.



Vale a pena conhecer ou se hospedar em Lambari!




( FOTOS: DIVULGAÇÃO / REPRODUÇÃO )



·         Thiago de Menezes é jornalista consular e escritor especializado em Turismo e credenciado pela EMBRATUR; Membro da AIERJ – Associação de Imprensa do Estado do Rio de Janeiro e da Academia Carioca de Letras (correspondente). Adido de Imprensa da ACONBRAS – Associação dos Cônsules Honorários no Brasil.  Medalha Hipólito da Costa, Patrono da Imprensa Brasileira, da Ordem dos Jornalistas do Brasil, outorgada pelo Presidente José Fernando Salgado.


Contato: menezes.turismo@gmail.com

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Há Turismo na Guiné-Bissau


Há Turismo na Guiné-Bissau


Por Thiago de Menezes*



A Guiné-Bissau, oficialmente República da Guiné-Bissau, que foi a primeira colônia portuguesa no continente africano a ter a independência reconhecida por Portugal, é um país da África Ocidental que faz fronteira com o Senegal ao norte, Guiné ao sul e ao leste e com o Oceano Atlântico a oeste. O território guineense abrange 36.125 quilômetros quadrados de área, com uma população estimada de mais de 1,6 milhão de pessoas.




Historicamente a Guiné-Bissau fazia parte do Reino de Gabu, bem como parte do Império Mali. Partes deste reino persistiram até o século XVIII, enquanto algumas outras estavam sob domínio do Império Português desde o século XVI. No século XIX, a região foi colonizada e passou a ser referida Guiné Portuguesa. Após a independência, declarada em 1973 e reconhecida em 1974, o nome de sua capital, Bissau, foi adicionada ao nome do país para evitar confusão com a Guiné (a antiga Guiné Francesa).

Há sim muito turismo a ser explorado e divulgado no país. A Guiné-Bissau tem belas praias, antigas tradições culturais, patrimônio histórico da época da Guiné Portuguesa e opções excelentes de ecoturismo, principalmente no Arquipélago de Bijagós, que é composto por 88 ilhas e ilhéus, localizadas na costa do Oceano Atlântico da Guiné-Bissau, separado do continente pelos canais do Geba, Pedro Álvares, Bolama e Canhabaque. As principais ilhas são Ganogo, Bubaque, Meneg, Orangozinho, Sogá, Orango, Uno, Uracane, Rubane, Eguba, Canhabaque, Formosa, Ponta, Maio, Caravela, Caraxe, Unhocomo, Unhocomozinho e Galinhas. No século 15, essas ilhas eram habitadas pelo povo bijagós. Os europeus começaram a habitá-las no século 18. Os ingleses estabeleceram-se na ilha de Bolama, em 1792, mas a abandonaram depois de cerca de 17 anos, por causa dos muitos ataques dos nativos. Em 1870, os portugueses tomaram posse das ilhas. Os bijagós ainda habitam algumas ilhas do arquipélago. Desde 1996, o Arquipélago está na lista da Unesco como reserva da biosfera. Possui grande diversidade de flora e fauna, incluindo espécies raras de hipopótamos e crocodilos, com a predominância da floresta do mangue, e fauna, pois é rodeado de águas calmas, povoado também por macacos, aves pernaltas, tartarugas marinhas, lontras, peixes, moluscos e mariscos e ainda espécies raras de hipopótamos e crocodilos, em um mar que ainda não sabe o que é a poluição.




O País também tem alguns parques nacionais, em áreas protegidas. Nas florestas e savanas arborizadas do país podem ainda encontrar-se variadas espécies de grandes mamíferos como o leão, a hiena, o búfalo, o porco do mato e muitas espécies de gazelas e antílopes, bem como grande variedade de primatas, entre os quais babuínos. Já no século XVI André Álvares d'Almada dera destaque à grande bio-diversidade, que assinalava o país de variadas formas: «Muitas gazelas, elefantes, leões, onças e outros muitos animais»; «galinhas pintadas e outras aves. Nos rios andam garças reais, pelicanos, patos, marrecas e outras aves marinhas”. Curiosa era a descrição dos hipopótamos: «Há muitos cavalos marinhos, têm a feição do corpo como de boi e o corpo maior que de um cavalo, as mãos curtas e as unhas fendidas, a cabeça curta e os dentes grandes. Parem dentro dos rios debaixo de água, e onde está alguma parida correm risco as embarcações pequenas». Os portugueses descobriram lá, pela primeira vez, o hipopótamo, sob a forma de uma variedade muito especial e única, adaptada à água salgada! Pode ser avistado nas ilhas Bijagós.

O litoral da Guiné é caracterizado por uma plataforma continental ampla, sobre a qual assenta um arquipélago composto por quase uma centena de ilhas e por inúmeros sistemas estuarinos de uma fecundidade extrema: cobertos por extensos tarrafes, permitem que os recursos em peixes, crustáceos e moluscos se renovem de uma forma eficaz, num eco-sistema alimentando numerosas populações de tubarões, manatins-africanos, de golfinhos e roazes. Nas praias Bijagós desovam regularmente quatro espécies de tartarugas-marinhas ameaçadas, como a tartaruga-verde.



Poucos sabem, mas a Guiné-Bissau possui um património cultural bastante rico e diversificado. As diferenças étnicas e linguísticas produziram grande variedade a nível da dança, da expressão artística, das profissões, da tradição musical, das manifestações culturais. A dança é, contudo, uma verdadeira expressão artística dos diversos grupos étnicos. Os povos animistas caracterizam-se pelas belas e coloridas coreografias, fantásticas manifestações culturais que podem ser observadas correntemente por ocasião das colheitas, dos casamentos, dos funerais, das cerimónias de iniciação. O estilo musical mais importante é o gumbé. O Carnaval guineense, completamente original, com características próprias, tem evoluído bastante, constituindo uma das maiores manifestações culturais do País. Na literatura, ainda considerada incipiente, destacam-se os nomes de Abdulai Silla, autor do primeiro romance de Guiné-Bissau, e Marinho de Pina.




Como o turismo em Guiné-Bissau vem surgindo com importância recente, as autoridades guineenses puseram em curso, com a ajuda do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), projetos de desenvolvimento de infraestruturas e de atividades geradoras de rendimento para a população para assegurar a gestão desses espaços e planear novas reservas naturais. Interessante ressaltar que, para divulgar o turismo daquele país africano, ocorreu em fevereiro de 2016 o lançamento oficial do guia turístico "À descoberta da Guiné Bissau", uma publicação financiada pela União Europeia e realizada pela ONG portuguesa Afectos com Letras, e com o apoio do Ministério do Turismo e do Artesanato da Guiné-Bissau. Já o Ministério do Turismo e do Artesanato, sob direta dependência do gabinete do Primeiro-ministro, é o departamento governamental responsável pelo Turismo no país.



E a República da Guiné-Bissau, cujo lema é "Unidade, Luta, Progresso", foi muito bem representada no Brasil durante muitos anos através da profícua atuação do cônsul honorário Tcherno Ndjai, então o único representante diplomático no Brasil, que atuava perante o Consulado Honorário da Guiné-Bissau em Campinas, que foi a única representação oficial do país no Brasil por muitos anos. Sabemos que o Brasil reconheceu a independência da República da Guiné-Bissau em 1974, tendo sido o primeiro país fora do então bloco socialista a fazê-lo. A Embaixada do Brasil em Bissau foi aberta naquele mesmo ano. A Embaixada da Guiné-Bissau em Brasília foi inaugurada em 2011. A Guiné-Bissau é um parceiro importante do Brasil na África, havendo importantes projetos de cooperação técnica bilateral e no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Em 1978 assinou-se o Acordo de Cooperação Técnica entre Brasil e Guiné-Bissau. Atualmente ainda é verificada a atuação e o empreendedorismo do cônsul de Guiné Bissau, Sr Luiz Douglas Ferreira (foto abaixo, ao centro com autoridades africanas), que coordena muitas ações culturais, sociais e de turismo em alguns estados brasileiros à essa nação que participa de organizações internacionais importantes como ONU (Organização das Nações Unidas), FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Mundial, OMC (Organização Mundial do Comércio) e UA (União Africana).




Já o rico e pouco conhecido turismo guineense tem que ser explorado, difundido, assim como as tradições culturais e históricas do país devem ser preservadas. Esse é o intento de pessoas ligadas ao turismo e as relações internacionais da Guiné Bissau não somente com o Brasil, mas também com os países de língua portuguesa e demais.


(Fotos: Divulgação / Reprodução)



Thiago de Menezes*: Escritor e jornalista de turismo e consular. Adido de Imprensa da ACONBRAS – Associação dos Cônsules Honorários no Brasil. Presidente da FALASP – Federação das Academias de Letras e Artes do Estado de São Paulo e ex-Agente Consular do Consulado Honorário da República da Guiné Bissau.



domingo, 4 de setembro de 2016


HAWAII, O PARAÍSO NO MEIO DO PACÍFICO


Por Thiago de Menezes*



Estado de origem do atual presidente dos EUA, Barack Obama, o Hawaii tem um povo alegre e bastante receptivo. É o destino certo para quem procura paisagens de tirar o fôlego ou grandes aventuras. Sua economia está baseada primariamente no turismo. O arquipélago que forma o Hawaíí está localizado no meio do Oceano Pacífico, pertence aos EUA e é conhecido historicamente pelo nome de Ilhas Sanduíche ("Sandwich Islands"). Sua capital é Honolulu, que está a mais de 3100 km de qualquer outro estado americano.




O país está em um local que a geologia chama de “ponto quente” – pontos de anomalia termal no interior da Terra, responsáveis pelo vulcanismo que acontece no interior de placas tectônicas. Todas as ilhas do Hawaií foram formadas por vulcões e o território aumenta de extensão a cada dia por causa das constantes erupções. Cinco vulcões moldaram a ilha: Kohala (hoje extinto); Mauna Kea (em repouso); Hualalai (em repouso); Mauna Loa (ativo); Kilauea (plenamente ativo) – este último, localizado no Parque Nacional dos Vulcões, é considerado o vulcão mais ativo do mundo. O Hawaíí é também muito famoso por seus arco-íris. Tão famoso que as placas dos carros tem um arco-íris desenhado. Isso se deve por causa das chuvas esporádicas e do sol. E quando se tem sol e chuva você já sabe né? Não, não dá casamento de viúva e sim Arco-íris! O ponto mais chuvoso do mundo é o Monte Waialeale, na ilha de Kauai, onde chove 300 dias por ano.




Sabemos que o ‘hula-hula’ não é apenas uma dança, mas um estilo de vida baseado em tradições e religiões ancestrais. Os cantos e variedades de ritmo fazem alusão à natureza. Cada movimento remete a um elemento natural – desde montanhas até ondas do mar – e também às emoções humanas, como amor e raiva. Hoje, existem pelo menos três tipos de hula: o mais antigo, o mais moderno e a mescla dos dois. A música havaiana nativa que embala as danças típicas como a Hula vem acompanhada dos riffs de guitarra havaiana, sendo que as músicas havaianas costumam fazer parte dos filmes dos estúdios americanos que se passam em terras havaianas. As tatuagens facias dos homens que praticam a Hula em muitos luaus são chamadas de Moko. Elas simbolizam a genealogia e identidade pessoal de cada praticante. Apesar disso, o Hawaíí é muito mais do que o surf e o hula-hula. É um local de natureza exuberante e cheio de recantos escondidos que muitas vezes não são tão divulgados quanto as famosas ondas e os grandes campeonatos de surf. Não por acaso o Hawaíí é a ‘Meca dos surfistas’ com suas ondas gigantes que atraem surfistas profissionais, amadores e amantes do esporte de todas as partes do mundo.

A primeira grande curiosidade sobre o Hawaii é o termo usado hoje como saudação ou despedida. Originalmente, aloha era usada exclusivamente como uma demonstração de afeto, mas ao longo dos anos tornou-se o nosso “olá” e “tchau”. De qualquer forma, a essência da palavra demonstra algumas características do povo havaiano, como a amizade, hospitalidade e cordialidade. E a segunda curiosidade sobre o Hawaii é que o colar de flores no pescoço, visto em filmes e desenhos animados, realmente existe e é um símbolo que expressa cordialidade e receptividade. Grupos de excursão certamente vão dar o colar aos turistas, mas a tradição diz que o objeto seja dado por alguém que o conheça. O povo nativo espera que o colar seja usado frequentemente, e não seja guardado no armário como lembrança. Há diversos tipos de colares e cada um tem um significado diferente.

Já o Luau é um evento sempre relacionado ao Hawaii. Hoje considerado um acontecimento puramente turístico (não deixe de viajar sem presenciar essa festa!), já sofreu muitas reformulações desde suas antigas origens, da época dos viajantes Polinésios. Hoje, quando usamos a palavra “Luau”, remetemos às imagens de comida abundante, shows com fogo e a dança Hula. Entretanto, a palavra originalmente se referia a um prato servido numa festa em Kauai: uma combinação de folhas de Taro (também chamada de Inhame dos Açores) e frango cozido em leite de coco. Então, quando presenciar um Luau Havaiano, lembre-se de não estar apenas presente em um, como também estará comendo um Luau.



O Hawaíí tem duas línguas oficiais: o inglês norte-americano e também o havaiano. Na prática, especialmente nas regiões centrais, todos falam em inglês, mas com pitadas de sotaque havaiano. Existem também várias expressões e gírias locais provenientes dos povos polinésios que se misturam ao inglês. Em regiões mais afastadas, as famílias tradicionais costumam usar somente o havaiano, que tem, inclusive, um alfabeto próprio chamado ka pī‘āpā Hawai‘i, que é uma variedade do alfabeto latino criada no século XIX e utilizada para escrever na língua havaiana. Este alfabeto consiste de 12 letras e um símbolo, o que o torna um dos menores alfabetos do mundo.

Apesar da população ser formada pela miscigenação de polinésios, japoneses, chineses e filipinos principalmente, a cultura norte-americana realmente impera. Pelas ruas e estradas, muitos Wallmarts, Mc Donald’s, Subways e Macy’s. Mas é inegável que existe um ritmo de vida diferente, calmo e tranquilo. Não só pelas praias, mas também por se tratar de uma população geograficamente afastada dos outros estados.




Saindo do Brasil, não existem voos diretos para Honolulu, principal ponto turístico, e por isso o mais indicado é escolher um voo direto para os Estados Unidos, como para Los Angeles, passar a noite e então pegar um voo direto para Honolulu, garantindo seu conforto. Ao chegar em Honolulu, você terá acesso facilitado a todas as ilhas. Assim, você pode se hospedar em Oahu, que é onde fica Honolulu ou em Kauai, Big Island, Maui ou Molokai. Essa escolha, entretanto, dependerá dos seus objetivos: se quiser mais conforto, fique em Oahu; se quiser fazer trilhas, vá para Kauai; se quiser paisagens de tirar o fôlego, escolha Big Island. Qualquer que seja sua escolha, entretanto, é fundamental alugar um carro para ter maior mobilidade na ilha.

O Hawaíí é bem representado no Brasil pela presença e atuação do Cônsul General Honorary sr. José Marcelo dos Santos Tito, conhecido como Marcelo Caverna nos meios de turismo e consulares. Ele dignifica o The Hawaiian Kingdom Government (Ke Aupuni o Hawai'i Nationals) de março de 2014 – até o momento. Entretanto, sua experiência esteve presente em outros países e funções diplomáticas e comerciais, como Asessor de Imprensa das Missões Diplomáticas do Consulado da Costa do Marfim (Côte D'Ivoire) em São Paulo, chefiada pelo Exmo. Cônsul Tibe Bi Gole Blaise entre agosto de 2009 a setembro de 2013. Membro da ACONBRAS - Associação dos Cônsules no Brasil // the Association of Consuls in Brazil // Corpo Consular Brasileiro, desde Setembro de 2011 e coordena a Brazilian Cultural Center of Hawaii Brazil-Hawaii Chamber of Commerce. Pelos seus serviços diplomáticos recebeu diversas condecorações, entre elas, a Medalha de Ouro "O Pacificador da ONU Sergio Vieira de Mello oferecida pelo Parlamento Internacional para a Segurança e Paz Mundial.



Reconhecimento Oficial do Governo Re-Estabilizado por um Conselho de Ministros, The Hawaiian Kingdom fundado em 1810 por Kamehameha Akahi, Uma Nação Soberana de Acordo com a Convenção de Montevideo de 1933: Dr. NILTON BARBOSA, Senador e Conselheiro Diplomático, Magistrado do Tribunal da Corte Suprema de Justiça para a Proteção da Vida (Parlamento Mundial para Segurança e Paz) & Cônsul MARCELO CAVERNA, Nomeado pelo o Senhor Leon Siu, Ministro das Relações Exteriores e para representar oficialmente as missões diplomáticas da Nação Soberana The Hawaiian Kingdom e sua população nativa.


Apesar da proximidade geográfica com os Estados Unidos da América, o Hawaíí é outro mundo e merece ser visitado. No meio do Oceano Pacifico, onde a cultura é fortemente influenciada pelos asiáticos (devido ao número de imigrantes vindos do Japão, Coreia, China e Filipinas), pelos polinésios (das Fidji, Taiti) e pela tecnologia americana, nasce um ambiente multicultural único.

Maiores informações sobre o Hawaíí:

http://www.hawaiiankingdom.org/
http://www.hawaiiankingdom.net/


*Thiago de Menezes é jornalista de turismo e consular. Membro da ACONBRAS – Associação dos Cônsules Honorários no Brasil. E-mail: menezes.turismo@gmail.com






quinta-feira, 1 de setembro de 2016


"Dia do cônsul" é comemorado em São Paulo






Por iniciativa do deputado estadual Edmir Chedid (DEM), e convocada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Fernando Capez, foi realizada na segunda-feira, 29 de agosto, memorável sessão solene comemorativa ao “Dia do Cônsul”




O deputado estadual Jooji Hato (PMDB) fez as honras da casa recebendo os cônsules de diversos países em São Paulo e presidindo a mesa, que contou com a presença do presidente da Associação dos Cônsules Honorários no Brasil - ACONBRAS cônsul honorário do Chile em Campinas, Luis Fernando del Vale (foto acima), e da Cônsul Geral da República de Malta e vice-presidente da ACONBRAS, Fiorella Baggio.


Cônsules de Portugal, São Vicente e Granadinas, Angola e Hungria


Cônsules de Israel, São Cristovão e Neves, Malta, Myanmar e Gabão


Cônsules do Hawaii com autoridades diplomáticas e consulares



Primeira a falar no evento, Fiorella Baggio emocionou-se ao falar de seu pai, o saudoso Cônsul de Malta Ítalo Baggio, um dos fundadores da entidade em 1984 e agradeceu a acolhida da Assembleia Legislativa ao Dia do Cônsul, em especial aos deputados Capez, Chedid e Hato. Houve uma apresentação de um vídeo institucional com fotos de comemorações de outros aniversários da data e, em seguida, o presidente da ACONBRAS ocupou a tribuna para saudar os cônsules e às autoridades presentes e discorreu sobre a importância desses representantes de seus países em terras estrangeiras, no caso, São Paulo. Luis Fernando del Vale também agradeceu à ALESP pela acolhida e fez um histórico do cargo que ocupa, bem como da associação que preside. Para encerrar aconteceu um coquetel com a presença do Corpo Consular (Geral e Honorário), mais Adidos Consulares, Agentes e Conselheiros, assim como outras autoridades.



Cônsules Diretores e secretária geral da ACONBRAS



Cônsules da Namíbia, Chipre e Rússia


(Fotos: ACONBRAS)