quinta-feira, 1 de setembro de 2016


BENIN, uma aventura!

Por Thiago de Menezes *





A República do BENIN é cheia de atrações turísticas naturais, ricas e diversificadas que cobrem o território nacional inteiro. Esta despretensiosa reportagem procura levar o leitor ou turista a descobrir ou se aprofundar seus conhecimentos sobre a República do BENIN, um país de charme situado no Oeste da África que possui fortes laços históricos com o Brasil e outros países da América. Oficialmente República do Benim (em francês: République du Bénin), é um país da região ocidental da África limitado a norte pelo Burkina Faso e pelo Níger, a leste pela Nigéria, a sul pela Enseada do Benim e a oeste pelo Togo. Dizem que Benin é o berço do vudum e, portanto, do candomblé.
Antiga colónia francesa, o país alcançou independência em 1960, com o nome de República de Daomé. Em 1975 o país adotou o atual nome de Benim, em razão de o país ser banhado a sul pela Baía de Benim. No país, o turista estrangeiro encontra em uma área reduzida tudo o que oferece a África turística: praias de coqueiros na areia fina, rios cheios de peixes, vilarejos lacustres suspensos em pilares, museus históricos e etnográficos, habitações suspensas nas encostas nuas de colinas, fortalezas em miniatura, cavaleiros intrépidos, fauna e flora abundantes e diversificadas, parques nacionais e reservas, folclore e arte vivos, clima sadio e agradável, hospitalidade legendária... Os turistas podem conhecer as habitações do povo tammari, no Departamento de Atakora, no norte de Benin. São casas fortificadas de dois pavimentos, chamadas de tata somba. Além dos parques com muitos animais, os turistas podem se encantar com a Grande Mesquita de Porto Novo, a capital do país, que tem uma arquitetura inspirada nas igrejas de Salvador, na Bahia.




A sede do Governo fica em Cotonou, a maior cidade. A língua oficial é o francês. São 10 milhões de habitantes (2015). O Benin possui muito da cultura brasileira, pois muitos daqueles escravizados no Brasil, retornaram para sua terra africana.  E os turistas brasileiros, por exemplo, podem perceber que há uma grande conexão do país com a Bahia. Não apenas muitos nativos de Benin foram vendidos como escravos pelos seus inimigos e levados à Bahia, mas também alguns deles conseguiram se liberar, ganhar dinheiro e voltar bem a Benin. Cerca de 500 edificações construídas por ex-escravos retornados do Brasil podem ser encontradas na capital do Benin, apesar das dificuldades de conservação. Há também outras manifestações culturais que ainda sobrevivem.




É uma terra com um povo alegre. Uma das características mais surpreendentes dos benineses é o gosto pelas roupas chamativas. A maioria veste ternos – homens – ou vestidos – mulheres – de tecidos bem originais, combinados com sapatos e acessórios ocidentais que dão um look bem especial às ruas do país. As crianças, mais ocidentalizadas, vestem camisetas – falsetas, evidentemente – de times de futebol europeu, especialmente do ubíquo Barcelona.




Há muita luta para se preservar a cultura lusófona agudá ou afro-brasileira, como também é conhecida e que pertencem aos agudás, que são um dos 40 grupos étnicos que convivem no país da costa da África Ocidental, onde são faladas 27 línguas e dialetos. A etnia, que compõe cinco por cento da população do Benin, é formada pelos descendentes dos escravos que regressaram do Brasil no século XIX, após conseguirem a liberdade, para recomeçar a vida na África. Além dos antigos escravos, também fazem parte deste grupo étnico os descendentes de portugueses e brasileiros e dos traficantes de escravos que residiam na costa do Benin, uma das principais saídas de navios negreiros para as Américas. A região, onde hoje se encontram também Togo e Nigéria, era conhecida na época como Costa dos Escravos.



Acredita-se que vudun (ou "voodoo", como é vulgarmente conhecido nos Estados Unidos) tem origem no Benim e foi introduzido nas ilhas do Caribe e em partes da América do Norte por escravos tomados desta área específica da Costa dos Escravos. A religião indígena é praticada por cerca de 60% da população. Desde 1992 o vudun tem sido reconhecido como uma das religiões oficiais do país e é comemorado em 10 de janeiro, como um feriado nacional, o Dia Nacional do Vudun.
É, na verdade, um país muito pobre, mas esse fato faz com que os contrastes com nossa vida ‘normal’ dos turistas e ‘viajeiros de plantão’ sejam um pouco chocantes. Por este e outros motivos, muitos deles deixam Benin com a impressão de terem passado pela experiência mais marcante de suas vidas. Entretanto há muito o que ver e fazer por lá: A maioria dos turistas estrangeiros inicia sua visita no BENIN a partir de Cotonou, a capital econômica onde se encontra o aeroporto internacional e de onde pode ser organizada com facilidade deslocamentos em direção ao interior do BENIN. Os turistas apreciam as vezes os restaurantes, os mercados e a vida noturna em Cotonou.

Muito perto de Cotonou, com a que divide o lago, fica a incrível Ganvié, uma cidade construída sobre a água. Porém, o paralelismo com Veneza para por aí. As casas, de madeira bastante precária, ficam em pé quase de milagre. 90% das pessoas vivem da pesca no lago, que deve criar os peixes mais resistentes à sujeira do mundo, porque na viagem de Cotonou a Ganvié você não deixar de ver todo tipo de lixo jogado no lago. Na cidade flutuante pode se observar meninos e meninas pouco maiores do que um bebê remando e pescando na pirogue.  É um povo muito forte em vários sentidos!




O Futebol é um dos esportes mais populares do mundo, e é muito apreciado no Benim. Os principais campeonatos de futebol disputados no país são: o Campeonato Beninense de Futebol e a Copa do Benim de Futebol. Mas apesar da prática no país, os principais jogadores desse esporte jogam em equipes estrangeiras. Fato esse comprovado pela lista de atletas convocados para atuar pela seleção do país, onde raramente encontra-se nomes de atletas que atuam no país.




 A cooperação atual entre Brasil e Benim abrange iniciativas em cultura, saúde, educação, agricultura e esporte. Em 1960, o Brasil reconheceu a independência do Daomé e, em 1961, foram estabelecidas relações diplomáticas. Apesar da ligação histórica entre os dois países, originada à época do tráfico negreiro, as relações bilaterais se intensificariam na primeira década dos anos 2000. A Embaixada do Brasil em Cotonou foi inaugurada em 2006, quando da visita do então Presidente Lula ao Benim. Nesse mesmo ano abriu-se a Embaixada do Benim em Brasília.




Pessoa estimada dentro do mundo empresarial do Rio de Janeiro, o empresário Cesar Augusto Maia, Cônsul Honorário do Benin, teve participação bastante efetiva nessas relações: há alguns anos, ajudou a Petrobras a comprar 50% do bloco de petróleo do país africano. Também levaram empresas de ônibus para investir em transporte público lá. Maia se dedica ao consulado, desde 2007 na Associação Comercial do Rio, durante dois dias na semana (o Benin possui um segundo consulado honorário, em Salvador, Bahia), além de ser Diretor Presidente do Instituto Latino Americano para o Desenvolvimento Cultural, Social e Econômico e da Câmara de Comércio Brasil-Benin. A Casa do Benin, situada em Salvador, é um dos mais importantes espaços de propagação da cultura afro na Bahia e no Brasil. O lugar costuma receber exposições temporárias de artistas locais e é vinculado à Fundação Gregório de Matos (FGM). Vale a pena conhecer assim como se aventurar pelo Benin!



Serviço:

Embaixada do Benin no Brasil (Inaugurada na quarta – feira, dia 15 de agosto de 2007 pelos Presidentes da República do BENIN e da República Federativa do Brasil, Seus Excelentíssimos Doutor Boni YAYI e Senhor Luiz Inácio Lula da Silva)

SHIS QI 09 Conjunto 11 Casa 24 - Lago Sul - CEP: 71625-110 - Brasília / DF

A Embaixada do BENIN em Brasília funciona de segunda-feira à sexta-feira: das 09:00 às 12:30 e das 13:30 às 17:00
Telefones: 61-3263.2136 / 61-3263.2183 / Fax: 61-3263.0739

E-mail: ambabeninbrasilia@yahoo.fr

Consulado Honorário do Benim no Rio de Janeiro

consulado.rj@benin.org.br

Endereço: Rua da Candelária, 9, GR 803 – Centro - CEP 20091-020 - Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2253-2261 / Fax: (21) 2263-2585




Thiago de Menezes: Escritor e jornalista de turismo e consular. Presidente da FALASP – Federação das Academias de Letras e Artes do Estado de São Paulo. Membro da ACONBRAS – Associação dos Cônsules Honorários no Brasil e diretor da AIERJ – Associação de Imprensa do Estado do Rio de Janeiro. 


Contato: menezes.turismo@gmail.com

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